No dia 01/02, tive a companhia maravilhosa de meu grande amigo, e parceiro de tantas gravações e shows, Cláudio Jorge. Encontro esse, enriquecido pela presença de mais dois amadíssimos amigos, e também parceiros constantes de gravações e shows, o baixista Ivan Machado, e o bateirista Camilo Mariano.
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Camilo Mariano |
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Ivan Machado/Cáudio Jorge |
Achei esse belo texto, do grande Nei Lopes, a quem tenho a honra de acompanhar, em seus shows, falando com a maestria costumeira, sobre Cláudio:
"A Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, sonho do autor destas linhas que já está quase virando realidade, consigna: “CLÁUDIO JORGE [de Barros] (1949- ) – Violonista, guitarrista, compositor e cantor nascido no Rio de Janeiro, RJ. Instrumentista de sotaque acentuadamente brasileiro, é freqüentemente requisitado para gravações e espetáculos no Brasil e no exterior. Compositor, é parceiro de Martinho da Vila, Cartola, João Nogueira e Nei Lopes, entre outros, em canções gravadas por vários intérpretes da música popular brasileira. A partir do final da década de 1990, tornou-se também conhecido e respeitado como arranjador e produtor musical”.
Evidentemente que, por servirem a um texto de enciclopédia, as informações aí em cima são frias e calculadas. Mas o Cláudio Jorge é muito mais, querem ver só?
Neto e filho de jornalistas boêmios e festeiros, CJ foi picado muito cedo pelo vírus da música. E, rapazola ainda, já estava ele abraçado ao violão, com o qual acompanhou, inclusive, Ismael Silva e Clementina de Jesus. Foi esse violão que levou CJ ao exterior, tocando com Sivuca, para ter sua arte admirada na Europa, na África, nos Estados Unidos e no Japão. Arte de músico solista e acompanhante que mereceu elogios de gente como, por exemplo, o gaitista Toots Thielemans. E que, nos anos 70, o levou ao disco, em uma gravação na Alemanha, ao lado de Sebastião Tapajós e Joel Nascimento, e em outra brasileira, pela antiga Odeon, na qual também soltava a voz.
Mas, ao mesmo tempo em que aparecia e se internacionalizava, participando, inclusive, do CD “Brasileiro”, de Sérgio Mendes, premiado com o Grammy, CJ, na parceria com João Nogueira, voltava ao seu quintal suburbano, do Cachambi. E pela mão de Martinho da Vila chegava à avenida. Pois há mais de dez anos, é de CJ o violão que, na avenida, dá o tom e a harmonia para os sambas da Unidos de Vila Isabel. E essa aproximação acabou, obviamente, levando-o a integrar a ala de compositores da escola, com orgulho e vibração.
Cláudio Jorge, meu parceiro em dezenas de composições, como também o é, talvez com menos freqüência, de Wilson das Neves, Luiz Carlos da Vila, Ivan Lins, Aldir Blanc, Martinho e tanta gente boa, é um grande compositor, tão bom melodista quanto letrista. E é músico de verdade, brasileiríssimo em sua arte, além de um combatente nas lutas de nossa profissão".
Nei Lopes
Vila Isabel, fevereiro, 2001.
Nessa noite, tivemos também a participação de Irinéa Maria Ribeiro, que fará sua apresentação em 12 de abril. Foi uma grande farra, e motivado por esse nosso encontro, falei um pouco da importância das amizades, como construções sólidas em nossas vidas, e que enchem nossos corações de verdadeira e duradoura alegria.
A cada semana, tenho experimentado um prazer imenso, pelo fato de tocar e ouvir ótima música, encontrar amigos queridos, e poder falar de maneira singela e simples, de como vive uma vida verdadeira, e não uma existência vazia e sem significado, caminhando de mãos dadas com Deus. Obrigado a todos que têm comparecido, e aos que me ajudam das mais variadas e carinhosas formas. Bj em todos.
Paz
Fernando